domingo, 24 de abril de 2011

A mídia influencia também na alimentação infantil?



A criança cada ano que passa apresenta maior influência sobre as decisões familiares e ao mesmo tempo está havendo o desenvolvimento de um amplo e massivo espectro de estratégias direcionadas especificamente ao público infantil. Estima-se que crianças e adolescentes gastem em média 5 a 6 horas por dia assistindo televisão, e o número de comerciais veiculados aumentou de 11 para 40 por hora nas duas últimas décadas. No Brasil, alimentos são os produtos mais freqüentemente anunciados, sendo que quase 60% deles pertencem ao grupo representado por gorduras, óleos, açúcares e doces na pirâmide alimentar. (FIATES, 2006) Entretanto, as crianças normalmente ainda não possuem maturidade suficiente para controlar suas decisões de compra.
O preocupante aumento na obesidade infantil tem atraído atenção para o papel da mídia, principalmente da televisão sobre o comportamento infantil. Vários estudos já demonstraram associações entre o hábito de assistir TV e o desenvolvimento de preferências pelos alimentos anunciados, gerando uma maior ingestão energética na dieta.
Em 2004, Hancox et al. publicaram um estudo feito na Nova Zelândia. A pesquisa avaliou os participantes em intervalos regulares até os 26 anos e encontrou associação positiva entre o hábito de assistir TV na infância e adolescência com sobrepeso, baixo condicionamento físico, fumo e hipercolesterolemia aos 26 anos de idade. Esses constituem fatores de risco para morbidade e mortalidade por doença cardiovascular em idade mais avançada. Além disso, as crianças e adolescentes que assistiram uma hora de televisão por dia ou menos, formaram o grupo mais saudável ao final do período do estudo. Esse estudo explica a recomendação da Academia Americana de Pediatria, de que os pais devem limitar o horário de televisão a 2 horas por dia no máximo.


A CONAR (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) é a organização brasileira responsável pela regulamentação da propaganda de alimentos. Ela tem a missão de impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ao consumidor ou a empresa.
À medida que crescem, as crianças se tornam mais críticas, menos suscetíveis ao apelo da mídia e mais sensíveis à influência de seus colegas. Tais fatores podem influenciar diretamente o comportamento consumidor da criança, mas também aumentar ou inibir os efeitos cognitivos, afetivos e comportamentais da propaganda.

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