domingo, 24 de abril de 2011

Qual a influência da mídia na alimentação?















A alimentação de um indivíduo é construída com o passar do tempo e com a influência de alguns fatores, como cultura, ambiente familiar e social. Valores que são, inclusive, influenciados pela mídia, uma importante ferramenta que conduz as informações à população. Essa influência pode ser positiva ou negativa.O marketing usufrui da mídia para atingir públicos de todas as faixas etárias, sendo as crianças as mais prejudicadas. Elas ainda estão com seus hábitos e personalidades em formação, apresentando extrema vulnerabilidade psicológica e social. Crianças são incapazes de formar opinião crítica, o que facilita a manipulação e a inclusão de idéias inadequadas em suas mentes.
Atualmente, nos deparamos com uma transição. A mídia era alvo de alimentos ricos em açúcares e gorduras, além do aumento no tamanho das porções, o que agravava ainda mais o sistema de saúde pública. Hoje, já é possível assistir propagandas e reportagens sobre alimentos saudáveis, principalmente aqueles que previnem alguma doença, como câncer, diabetes, obesidade, etc. O Ministério da Saúde e a ANVISA são responsáveis por parte dessa transição, visto que eles utilizam a televisão a fim de informar a população. Além disso, têm realizado fiscalizações permanentes, como foi o caso da exigência de modificação das embalagens de bebidas gaseificadas que lembravam embalagens de água mineral, induzindo ao consumo das mesmas em detrimento à ingestão de água. Contudo, as propagandas de alimentos com alta densidade calórica, lipídica e de açúcares continua em alta. Outro fato marcante é que grandes empresas de fast foods já se preocupam variar a oferta de alimentos, oferecendo saladas e frutas em seus cardápios. Isso é consequência do aumento da preocupação com a saúde por parte da população, visto que pessoas conscientes e mais exigentes geram melhora na oferta de serviços. Estudos mostram que a população tem alto índice de lembrança sobre as informações abordadas pelos meios de comunicação e, por isso, as linguagens sedutoras e o forte poder de persuasão deveriam ser utilizados para valorizar a alimentação saudável, ou seja, a água, as frutas e verduras em geral, leite e derivados, os alimentos orgânicos e desprender-se de bebidas alcoólicas e gaseificadas, alimentos hipercalóricos, etc. A mídia das grandes empresas de alimentos industrializados e fast foods é muito forte, e isso faz com que as ações benéficas do governo ainda sejam insuficientes para evitar o aumento dos casos de doenças crônicas não-transmissíveis. Ainda é necessário dedicação de maior tempo de publicidade aos alimentos saudáveis. Em suma, a importância da divulgação de hábitos alimentares saudáveis na mídia é clara, mas não é suficiente para mudança de hábitos. A mudança de comportamento depende muito de força de vontade, do apoio da família e dos pais na formação de bons hábitos alimentares das crianças e, dependendo do caso, do acompanhamento multiprofissional, com nutricionista e psicólogo. Assim como as propagandas de cigarro são proibidas na televisão brasileira, e a venda brinquedos junto a refeições não nutritivas e saudáveis é proibida em fast foods na Califórnia, este pode ser mais um passo para a formação de uma legião de brasileiros mais saudáveis. Segundo a Nut. Esp. Sheyla Andreola, essa é sem dúvida uma luta desigual: a pequena ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL × o gigante ALIMENTOS “NÃO SAUDÁVEIS”. A forma extremamente sedutora como esses alimentos nos são apresentados incessantemente pela mídia, engana e seduz até o mais bem intencionado consumidor. No geral, nossa cultura alimentar é um tanto frágil, o que nos torna muito vulneráveis. Poucos são os pais que persistem passando a seus filhos de maneira carinhosa e sábia os alimentos que seus pais e avós usavam. E muitos são os que se deixam seduzir pela beleza, facilidade, falso sabor de alimentos que nos são impostos não se sabe bem por quem e nem por que. Seria interessante começar esse questionamento por algo tão fundamental que é aquilo que comemos, e quem sabe seguir questionando sobre a forma pouco preventiva como muitos de nós cuidam da saúde, e ainda seguir esse caminho em direção a uma posição de maior questionamento em substituição a de aceitação.

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