domingo, 24 de abril de 2011

A obesidade infantil pode estar associada com maus hábitos alimentares?



Dando continuidade à discussão sobre a influência e as conseqüências dos novos hábitos alimentares na saúde das crianças vamos falar sobre a obesidade infantil. Há alguns anos, a desnutrição era a doença que mais assustava os pais e até mesmo os governantes. Nos últimos anos, porém, esse quadro se inverteu. Ainda existem muitas crianças desnutridas no Brasil, mas a quantidade das que estão com peso acima do indicado para sua altura e idade cresce assustadoramente. E o que mais assusta são as conseqüências que o sobrepeso pode trazer no futuro, como o aparecimento de diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, etc.
Mas quais são as causas desse crescimento incontrolado? Vários fatores influenciam o aparecimento da obesidade infantil: predisposição genética, vida sedentária, hábitos alimentares pouco saudáveis (que incluem alimentos ricos em gorduras e açúcares), entre outros.
Estudos mostram que a maioria dessas crianças não possui nenhuma doença capaz de gerar obesidade, mas, sim, têm um modo de vida que as predispõe a isso, como a influência da mídia na alimentação, o acesso fácil a comidas do tipo fast food, salgadinhos industrializados, doces confeitados, refrigerantes, alimentos de preparo instantâneo, pães, enlatados e o excesso de gordura na alimentação. Além disso, hoje, devido à preocupação com a segurança ou mesmo por estilo de vida, as crianças não brincam mais na rua, correndo ou passeando de bicicleta, e acabam passando muito tempo em frente à TV, ao videogame ou ao computador.
O tratamento da obesidade infantil não é fácil. Corrigir maus hábitos alimentares, adquiridos em casa ou na convivência com outras famílias, é o ponto central na terapêutica. Como essa doença é multifatorial, ou seja, apresenta várias causas, o tratamento também deve envolver vários profissionais, como o pediatra, o nutricionista, o psicólogo e o professor de Educação Física. É importante prever uma dieta que seja adequada à idade e à fase de crescimento e desenvolvimento da criança para que não haja comprometimento em nenhum aspecto. A criança deve estar ciente de seu problema. Estudos mostram que, quando uma criança não tem vontade de iniciar um tratamento, este acaba por não trazer o resultado esperado. Portanto, a conscientização é imprescindível para que haja efetiva perda de peso. Além disso, não se deve proibi-la de comer determinados alimentos, mas, sim, incentivá-la para que os consuma com moderação ou os substitua por similares menos calóricos, como, por exemplo, o presunto convencional por peito de peru ou de chester. Também é importante estimular a criança a ingerir alimentos mais naturais e saudáveis, como frutas e verduras.
Perder peso não é uma tarefa fácil, mas é muito melhor para a criança quando sua família está envolvida nesse processo. Nesse caso, a possibilidade de sucesso no tratamento aumenta consideravelmente. As mudanças de comportamento devem ser incorporadas aos hábitos alimentares da criança e da família.

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